terça-feira, 10 de julho de 2012

Sempre fui bizarro: parte II



                                                            Sempre fui bizarro: parte II

Quando estava no ensino fundamental, na 6ª serie, vivenciei uma experiência constrangedora e bizarra.  Uma colega de sala havia passado pelo período da menarca (primeira menstruação) e as meninas que já tinham seu absorvente em suas mochilas, de forma generosa, começaram a lançar o absorvente para a colega que estava experienciando tal momento.  O problema, é que ao invés de chegar às mãos da menina menarcaica , o absorvente chegou as mãos dos meninos, que começaram a fazer  uma brincadeira no estilo voleibol na sala de aula.

 A professora de matemática que estava na sala em tal momento, deu uma bronca e eu, sem entender tal situação, continuei nos meus devaneios bizarros.

Ao final da aula, me aproximei da professora e perguntei:  Qual era o objeto que os colegas de sala estavam brincando de voleibol?  Segunda pergunta: por que a colega x estava sangrando?

Resposta obtida: Você tem mãe? Irmã? Tia ou avó?  Respondi: sim. Pergunte a elas. Responde a professora.

Chegando a minha casa, obtive a resposta. Fiquei chocado com a realidade apresentada, tamanha pureza de pensamento tinha na época, rs. Foi aí que... Indicaram-me um livro para que eu esclarecesse minhas duvidas sobre a sexualidade humana.  O nome do livro é: De onde viemos?  Um livro muito didático por sinal sem contar histórias fantasiosas (como a da cegonha) ou dar respostas ingênuas, mentirosas e evasivas. Porque criança pode parecer ingênua, mas não é boba.


Foi a partir desse tema que fiz minha carteirinha na biblioteca municipal e lá passei minutos, horas e dias a finco e absorto no estudo da sexualidade e de outros temas polêmicos.  Adolescer não é uma coisa fácil, pode ser saudosista para nós adultos, mas poucos se lembram dessa experiência, e por tal motivo, não compreendemos os adolescentes contemporâneos.

Não posso reclamar de minha adolescência, foi muito divertida, tive piercing, cabelo azul, e até roupas estilizadas estampadas da Janis Joplin . Meus colegas da faculdade escutavam bob Marley e as meninas usavam roupas extravagantes de onças e zebras de clubber.   Na faculdade, as pessoas se chocavam com minha aparência, mas quando me apresentei no primeiro seminário de zoologia, e me dei bem, muitos alunos ortodoxos se aproximaram de mim para fazer parte do grupo, rs

A ideia aqui, não é inflar meu ego, é apenas, compartilhar de momentos lindos que vivi na minha adolescência bizarra...



kkkkkkkkkkkkk


Um comentário:

  1. Engraçado como você relata o que acontecia com você,realmente as pessoas tendem a ser sarcásticas e excluir o novo e diferente,até que se prove que o novo,o diferente também tem conteúdo.Foi preciso você se dar bem em uma apresentação para aumentar o numero de colegas que na verdade te via de maneira diferente e até queriam se aproximar,mas o fato da sociedade impor um padrão a ser seguido impedia eles de ter o contato.O ser humano em geral tem esse defeito de fazer um pré-julgamento em relação as pessoas,sei bem o que você passou,já estive na condição de julgar a pessoa ou ter um pensamento negativo em relação a ela,e depois a pessoa me surpreender e eu chegar a pensar poxa,pensei isso em relação a pessoa e na verdade quem é assim é a outra pessoa que eu levava no pedestal.Mas é isso mesmo vivendo e aprendendo.

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