Memórias póstumas a Ketty
Sempre fui bizarro: parte I
Não é de hoje que o termo bizarro se aplica em
minha vida. Não foram poucas situações bizarras que acompanharam minha infância,
adolescência e vida madura. Nesse primeiro post falarei um pouco da minha infância
bizarra, entre elas , posso destacar :
Quando criança tinha um hábito bizarro de
comprar e colecionar inúmeras revistas de historia em quadrinhos, ate aí, nada
de anormal para uma criança, se não fosse pelo fato de que eu comprava as
revistas simplesmente pelo desejo de recortar as figurinhas dos personagens e construir
novas falas a eles e colar tudo isso no meu caderno de artes. Até que um dia passou em minha cabeça, porque
não fazer isso com fotografias dos meus familiares? Poderá ser mais divertido,
pensei.
Minha intenção era fazer uma homenagem a minha família
e apresentar meu álbum de quadrinhos onde os personagens eram meus próprios familiares. Resolvi montar então um álbum, foram dias de
trabalho, entre fazer cópias das fotos, recortar, pensar num diálogo engraçado
para quem estava de boca aberta, outros que estavam bebendo, fumando, rindo de
forma escandalosa, tudo isso foi um trabalho de criação e dentro da minha mente
infantil de um garoto de aproximadamente 9 anos , homenagear e apresentar meu
trabalho no aniversario de casamento de meus
avós.
Alguns riram (bem, poucos na verdade) e disseram: que garoto criativo, outros me
olharam com muita vontade de me dar uma surra, o que deveria ser uma
demonstração dos meus talentos foi bloqueada temporariamente neste dia. Mas eu não desisti, continuei com
meu desejo de criar...
Na infância sempre tive amigos que tinham
animais de estimação como cães e gatos, mas eu nunca pude ter. Primeiro porque
sempre sofri de uma rinite alérgica crônica e nunca pude ter cães e gatos em
minha casa. Meus pais para me agradarem,
me deixaram ter animais exóticos que não soltavam pelos, mas nas conversas com
meus amigos, sempre quis ter um cãozinho ou um gatinho como eles tinham e diziam:
olha....... hoje a cadela Lessy aprendeu a pegar bolinha, olha:......... hoje
meu gato xuxo fez algumas peripécias no sofá.
E eu? Oque eu poderia contar sobre minha relação com os animais?
Olha....... hoje meu peixe fez cocô de quase 10 centímetros...
Não era tão divertido.... Foi aí que pensei: vou montar um clube de proteção
aos animais abandonados anônimos.
Foi nessa época em que eu e meus dois amigos encontramos
uma gata preta abandonada na rua
(demos o
nome a ela de ketty), e pensamos, vamos montar um clube de proteção aos
animais?
Porém, o escolhido para cuidar da gata fui eu, por
quê? Por que eu não tinha um cachorro
que pudesse fazer a mal a pobre gatinha. Eles davam a ração, cuidavam durante o dia e a
noite a gata dormiria de forma clandestina nos fundos de minha casa, mais
precisamente, num quartinho de ferramentas do meu pai.
Eu sempre fui, desde criança, um ser humano
responsável, então, sempre colocava meu relógio para despertar 5 minutos antes
de meus pais acordarem para libertar a ketty, para que só a noite, de forma
clandestina, ela voltasse aos meus aposentos.
Mas um dia, muito cansado, não ouvi o
despertador, e nesse momento minha mãe, por algum motivo, abriu o quarto de
ferramentas do meu pai antes que eu acordasse...
Foi aí que quando ela abriu o quarto de
ferramentas, a gata Ketty não a reconhecendo como integrante do clubinho dos
protetores dos animais abandonados a atacou. Nesse
dia, o clubinho foi fechado por motivos maiores e a partir dai nunca mais vi a
gata Ketty
Quero dedicar esse post a gata Ketty, e ao meu
papagaio loro que pelos mesmos motivos foram separados de mim....
...Adorei a historia em si,pelo visto sua infância foi bem tumultuada e deve ter contribuído muito para você ser o que é hoje.E quanto as historias em quadrinhos,as fotos dos familiares,garanto que tinha tudo para agradar,mas o que você escreveu deve ser o que não agradou a todos,mas a intenção foi legal criativo.
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