Mudar é preciso

               
                                                        Mudar é evoluir

As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem disse Chico Buarque.

Mudar de um estilo de vida sempre é um desafio. Mudar pode ser perigoso, ameaçador, assustador. Acima de tudo, obriga-nos a evoluir. É o mecanismo através do qual a natureza nos garante o crescimento. Mudar é desfazer as ilusões a respeito de nós mesmos e nossa visão em relação aos outros.

Nos humanos, temos um medo terrível dessa palavra.  Medo de perder o que se tem o que se conseguiu, o que se alcançou, por algo incerto que poderá ser melhor ou não. Temos medo de arriscar, medo de trilhar um novo caminho quando já estamos acostumados.

Quando a mudança é favorável, teremos a certeza de que foi a escolha certa sentiremos bem com nós próprios e teremos uma visão um pouco diferente da vida e de tudo.

Temos medo de nos vir a arrepender de ter mudado, de ter escolhido algo diferente, de começar do zero. Mas o que a maioria das pessoas não percebe é que é muito pior arrependermo-nos por algo que não fizemos do que por algo que poderíamos ter feito.

A mudança nos convida a incerteza. Ela nos oferece por mais vezes o despertarmos da consciência até o  desejo de apagar para aquilo que é velho.

Pois bem, assumo, eu estou nessa fase. E como toda mudança, ela surgiu sorrateira. A mudança tem como principio um sentimento de insatisfação. Uma angústia quando se aproxima a hora de encontrar alguém ou algo. De repente surgem algumas sensações somatizadas como diarreia, taquicardia, ânsia de vomito, insônia, dor de cabeça, é o seu corpo avisando que é hora de mudar.

 A minha vida inteira, eu sempre tive certeza do que queria. O que é positivo, porque sempre achei que era muito centrado. Mas também se tornou um peso, porque fui sempre tão neurótico que qualquer mudança se transformava em algo impossível de lidar.

E mesmo depois de passar por tantas mudanças, chego a conclusão que  eu não faço ideia da pessoa que quero ser ou daquilo que quero fazer.  E nesse momento escuto a música filtro solar em que diz:

Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos 22, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.

Só então eu pude entender dentro dos meus devaneios e de minha bizarra biologia no que realmente consiste essa passagem para a fase adulta.


“Ninguém pode ser escravo de sua identidade; quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar.”

 Elliot Gould