quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Assim Falou Zaratustra Bizarro

                                                                Assim Falou Zaratustra                                           



Muitas pessoas se preocupam muito com a aparência. Algumas ficam horas cuidando do cabelo, outras ficam horas na academia, outras só se alimentam de capim e alpiste. Passei parte da vida achando essas pessoas fúteis e com o ego inflado. Mas eu nunca achei que buscar cultura, me tornar mais inteligente, poderia ser uma forma de agradar o ego.  Mas as coisas mudam, e as ideias também.

Sempre me preocupei em parecer um menino, adolescente e um homem inteligente e simpático. Sempre li, procurava estar atualizado, ia ao cinema, teatro e exposições. Poderia estar em qualquer grupo ou tribo que eu geralmente teria assunto para discutir, sem ser chato.

Dei-me conta de que tudo que fazia era para  massagear meu ego. Ria, seduzia as pessoas com meu sorriso e meu humor sarcástico. Eu queria não apenas ser inteligente, mas parecer interessante. Para tal, fazia piadas das pessoas e não para elas, e por isso, muitas riam, só as mais inteligentes e astutas percebiam que era apenas ironia.  Queria que meu conhecimento fizesse de mim alguém cheio de amigos. Mas uma hora você acorda.

Um dos filmes  que tenho visto copiosamente ultimamente é o filme :  Encontros e Desencontros de  Sofia Coppola , as vezes  penso que sou o próprio Bob Harris (Bill Murray) ,pra quem já viu o filme sabe do que estou dizendo, pra quem não viu, fica a dica.  

Quer saber de uma coisa? Cansei. A vantagem de chegarmos na casa dos 30  é que de fato (na maioria das vezes) somos nós mesmos. Ainda me importo com o que as pessoas acham de mim, mas com bem menos relevância.  Ainda leio livros de Nietzsche, mas respeito à futilidade alheia e até me divirto com algumas hoje.

Ok. Devo admitir que sou réu confesso. E por isso eu digo: não sou autossuficiente, preciso de amigos, de um amor, almoço com família, beijos e abraços. Gosto de me jogar no sofá e ver séries que não me fazem pensar. Enfim, sou bizarro às vezes, mas também tenho momentos normais, oras.


Tudo bem que esse papo de viver isolado, ser vegetariano, habitando no alto de uma montanha, em cavernas sagradas pode parecer lindo. Mas depois dessa experiência de Zaratustra , só posso concluir que isso é demais para minha bizarra biologia.


PS : Esse texto não existe nenhuma intenção  presunçosa, exatamente o contrário, é apenas um relato de um devaneio e de mais um aprendizado nesse planeta. obrigado.

Junior Ribeiro

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