Sempre fui bizarro: parte II
Quando estava no ensino fundamental, na 6ª
serie, vivenciei uma experiência constrangedora e bizarra. Uma colega de sala havia passado pelo período
da menarca (primeira menstruação) e as meninas que já tinham seu absorvente em
suas mochilas, de forma generosa, começaram a lançar o absorvente para a colega
que estava experienciando tal momento. O
problema, é que ao invés de chegar às mãos da menina menarcaica , o absorvente
chegou as mãos dos meninos, que começaram a fazer uma brincadeira no estilo voleibol na sala de
aula.
A
professora de matemática que estava na sala em tal momento, deu uma bronca e eu,
sem entender tal situação, continuei nos meus devaneios bizarros.
Ao final da aula, me aproximei da professora e
perguntei: Qual era o objeto que os
colegas de sala estavam brincando de voleibol?
Segunda pergunta: por que a colega x estava sangrando?
Resposta obtida: Você tem mãe? Irmã? Tia ou avó? Respondi: sim. Pergunte a elas. Responde a
professora.
Chegando a minha casa, obtive a resposta. Fiquei
chocado com a realidade apresentada, tamanha pureza de pensamento tinha na
época, rs. Foi aí que... Indicaram-me um livro para que eu esclarecesse minhas
duvidas sobre a sexualidade humana. O
nome do livro é: De onde viemos? Um
livro muito didático por sinal sem contar histórias fantasiosas (como a da
cegonha) ou dar respostas ingênuas, mentirosas e evasivas. Porque criança pode
parecer ingênua, mas não é boba.
Foi a partir desse tema que fiz minha
carteirinha na biblioteca municipal e lá passei minutos, horas e dias a finco e
absorto no estudo da sexualidade e de outros temas polêmicos. Adolescer não é uma coisa fácil, pode ser
saudosista para nós adultos, mas poucos se lembram dessa experiência, e por tal
motivo, não compreendemos os adolescentes contemporâneos.
Não posso reclamar de minha adolescência, foi
muito divertida, tive piercing, cabelo azul, e até roupas estilizadas
estampadas da Janis Joplin . Meus colegas da faculdade escutavam bob Marley e
as meninas usavam roupas extravagantes de onças e zebras de clubber. Na faculdade, as pessoas se chocavam com
minha aparência, mas quando me apresentei no primeiro seminário de zoologia, e
me dei bem, muitos alunos ortodoxos se aproximaram de mim para fazer parte do grupo,
rs
A ideia aqui, não é inflar meu ego, é apenas,
compartilhar de momentos lindos que vivi na minha adolescência bizarra...
kkkkkkkkkkkkk
Engraçado como você relata o que acontecia com você,realmente as pessoas tendem a ser sarcásticas e excluir o novo e diferente,até que se prove que o novo,o diferente também tem conteúdo.Foi preciso você se dar bem em uma apresentação para aumentar o numero de colegas que na verdade te via de maneira diferente e até queriam se aproximar,mas o fato da sociedade impor um padrão a ser seguido impedia eles de ter o contato.O ser humano em geral tem esse defeito de fazer um pré-julgamento em relação as pessoas,sei bem o que você passou,já estive na condição de julgar a pessoa ou ter um pensamento negativo em relação a ela,e depois a pessoa me surpreender e eu chegar a pensar poxa,pensei isso em relação a pessoa e na verdade quem é assim é a outra pessoa que eu levava no pedestal.Mas é isso mesmo vivendo e aprendendo.
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